Tecnologia 5G: a evolução continua no Brasil e no mundo

 

Até o final de 2019, cerca de 40 redes em 22 países estavam oferecendo serviço com a tecnologia 5G. Ela já está disponível em países como Reino Unido, Coreia do Sul e em partes dos Estados Unidos. Em dezembro de 2020, o número de operadoras de 5G deve chegar a 125. O que significa isso? Que a rede de telefonia móvel de alta velocidade com potencial revolucionário finalmente começa a ganhar o mundo.

A expectativa é que estamos diante de um enorme salto tecnológico. Isso porque a tecnologia 5G tem o potencial de mudar a forma como usamos a internet. Se o 4G e suas variações permitiram conectar pessoas, o 5G vai nos permitir uma conexão muito mais ampla com as coisas que nos rodeiam.

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O que é a tecnologia 5G

Mas a tecnologia 5G não é só uma internet mais rápida que o 4G? É e não é. O objetivo básico do 5G é levar internet para dispositivos conectados (automóveis, fechaduras eletrônicas, câmeras de segurança e milhares de outras aplicações de Internet das Coisas) e viabilizar acesso de banda larga fixa com altas velocidades, sem que as operadoras precisem de fibra ou cabeamentos de cobre até o cliente.

A tecnologia traz maiores velocidades (acima de 10 gigabits por segundo), permite maior número de dispositivos conectados (1 milhão de devices a cada quilômetro quadrado) e menor latência. A rede também permite diferenciar aplicações por camada, permitindo priorizar aplicações críticas (cirurgias remotas, por exemplo) dentro do fluxo de dados.

Qual é a velocidade com a tecnologia 5G

A velocidade do 4G, que provavelmente está ao alcance das suas mãos neste momento, é de 1Gbps por segundo. A nova rede, em seu potencial máximo, será capaz de oferecer velocidade padrão de 20Gbps por segundo. Seu celular 5G, por exemplo, provavelmente vai ser mais rápido que o Wi-Fi da sua casa.

Baixar uma playlist de 1 hora no Spotify demora cerca de 20 segundos com o 4G. Com o 5G, esse tempo será de 0,6 segundos. Se quiser levar um filme para assistir durante uma viagem, vai levar 3,7 segundos para baixá-lo, enquanto hoje se gasta cerca de 2 minutos com o 4G. O popular jogo Fortnite demora 14 minutos para ser baixado usando tecnologia 4G e a expectativa é que com o 5G bastarão 24 segundos.

Os novos celulares com a tecnologia 5G

Em todo o mundo, operadoras e fabricantes como Samsung, Xiaomi, LG, Motorola, ZTE ou Huawei estão adaptando equipamentos para oferecer aos consumidores esse tipo de conectividade.

Um relatório da Gartner, empresa de análise de dados, revela que a tecnologia 5G deve impulsionar as vendas globais de celulares dos próximos dois anos. Nesse sentido, prevê que em 2020 a tecnologia deve corresponder a 12% dos aparelhos comercializados.

No entanto, esse número seria ainda mais expressivo até 2022, quando aumentará para 43%. “A maior disponibilidade de aparelhos 5G aumentará as substituições de celulares, o que levará as remessas globais desses dispositivos voltarem a crescer em 2020”, disse Ranjit Atwal, diretor sênior de pesquisa da empresa.

Como a tecnologia 5G chegou a outros países

Há diferentes estratégias comerciais para dar escala à rede 5G. Elas dependem das características específicas de cada país, assim como do foco em qual setor da sociedade será beneficiado primeiro.

Na Coreia do Sul, primeiro país a lançar o 5G comercialmente, o foco inicial foi fornecer a rede de alta velocidade para empresas. Assim, o setor privado já desenvolveu aplicações interessantes. Um dos primeiros exemplos de uso da tecnologia no país foi em um estádio de baseball. Usuários cujos smartphones estavam conectados ao 5G viram um dragão, criado por realidade aumentada, sobrevoando as arquibancadas. Outro uso comum da rede de alta velocidade na Coreia é no Cloud Gaming, que permite realizar o streaming de jogos com latência baixa, sem perder desempenho.

Já na Finlândia, o 5G foi adotado, neste primeiro momento, para suprir a necessidade de internet de alta velocidade em domicílios. Isto porque, apesar do desenvolvimento, o país não tem fibra ótica em todos os lares. Portanto, a prioridade definida foi levar a banda larga por meio da nova rede sem fio.

Na China, por outro lado, o foco está na indústria. Para aumentar a produtividade e impulsionar o desenvolvimento de novas tecnologias, o 5G promete acelerar a Internet das Coisas (IoT) e robótica nas fábricas do país.

Quando a tecnologia 5G chega ao Brasil

No Brasil, no início de fevereiro de 2020 a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) finalmente aprovou uma proposta de Edital de Licitação das faixas de radiofrequências que serão usadas na implementação da tecnologia 5G. No entanto, para que a tecnologia seja amplamente adotada em território nacional, ainda há uma série de desafios que serão encarados pelas empresas envolvidas, assim como pelo governo.

O Brasil precisa definir qual é a prioridade do 5G no país. O longo território nacional sugere que, como a Finlândia, a rede pode substituir a internet com fio onde não há fibra ótica domiciliar. Porém, o país também precisa acelerar a indústria e o ecossistema de inovação, o que torna o foco no B2B uma opção interessante para os reguladores.

A rede 5G leva uma quantidade muito maior de dados que o 4G por segundo, mas requer uma frequência mais alta. Quanto maior a frequência, menor a área de cobertura. Portanto, serão necessárias mais antenas. Vai mudar o modelo de antenas altas e pouco numerosas para antenas menores e distribuídas no espaço urbano.

Desafios para implantação da tecnologia 5G no Brasil

Um dos principais desafios está na legislação atual, que define os municípios como reguladores das antenas. Em algumas grandes cidades, é proibido que elas fiquem próximas de escolas, hospitais e delegacias. Portanto, dificulta a implementação da tecnologia, que precisará de uma quantidade bem maior de antenas do que o 4G. Assim, a colaboração de representantes governamentais, como a Anatel, será essencial na negociação com os legisladores municipais.

O fato é que ainda deverá demorar um pouco para que as redes com a tecnologia 5G sejam implementadas no Brasil. É possível que apenas em meados de 2021 as primeiras operadoras comecem a trabalhar na instalação de suas redes 5G.

O que as operadoras dizem

As operadoras Claro, Vivo, TIM e Oi já deixaram claro que não farão uma corrida pelo 5G no Brasil. A tecnologia 5G tem um custo alto de implementação, pois precisa de mais antenas, de mais pontos. A nova tecnologia usa faixas de alta frequência (como 3,5 GHz e 50 GHz) que permitem maiores velocidades, mas têm alcance menor, exigindo mais antenas para cobrir uma determinada área.

Apesar de não terem pressa com o 5G, as operadoras já vêm realizando testes da nova geração. Claro, Vivo, TIM, Oi, Anatel, Ericsson, Nokia, Huawei e CPqD estão avaliando se filtros instalados em antenas TVRO conseguem diminuir a interferência dessa tecnologia em transmissões de satélite na banda C. No entanto, a tecnologia 5G só deve se disseminar no país em 2022 e 2023.

O que diz o governo brasileiro

A interferência no funcionamento de antenas parabólicas de TV provocada por uma das frequências ofertadas é que vai empurrar o leilão do 5G para 2022, disse o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Pontes afirmou que a rede da quinta geração de dados móveis não será implantada antes do fim de 2021.

O problema maior está na frequência de 3,5 GHz, que é a usada pelo 5G em quase todos os países e pode interferir no funcionamento das antenas parabólicas de TV. Segundo o ministro, “o estudo inicial sobre o problema não foi conclusivo, então pedi um novo. Tenho que ter ao menos uma estratégia de mitigação [do problema] caso ocorra interferência”, disse ele ao jornal paulistano.

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Alice Ribeiro
Alice Ribeiro
Jornalista e redatora experiente, atualmente com vasta experiência em redação de conteúdo e reportagem. Também é fluente em inglês e possui conhecimentos avançados de SEO e marketing.
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