Conheça os riscos e sintomas do vício de celular

 

Os celulares são necessários e úteis em diversos momento do cotidiano. Porém, quando a tecnologia começa a causar efeitos negativos no corpo, pode ser o indício de um vício de celular. Já é consenso que o uso exagerado da tecnologia prejudica a saúde. Pessoas estão adoecendo por conta do excesso de conectividade e se tornando dependentes de aparelhos celulares.

Algumas atitudes do cotidiano podem despertar uma compulsão pelo aparelho. Por exemplo, levar os smartphones para todos os lugares e ficar extremamente nervoso quando esquece o aparelho em casa ou no trabalho. Por outro lado, ter consciência e critério ao utilizar o aparelho pode ajudar a evitar o vício de celular.

Sabemos que não há como voltar atrás no desenvolvimento da tecnologia. Só que dá pra acender o sinal de alerta e entender que os riscos do exagero são graves. Então vem com a gente pra entender melhor o que é o vício em celular, como identificar e evitar esse problema e como tratá-lo.

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Descubra as origens do vício de celular

Smartphones, aplicativos, redes sociais, relógios inteligentes, videogames, tablets e notebooks são mais viciantes do que imaginamos. Estamos vivendo uma transformação que alguns comparam com a descoberta do fogo há 2 milhões de anos. Ser testemunha de uma mudança tão profunda na sociedade é empolgante, mas é também um problema. Isso porque não sabemos lidar com o que o mundo está nos oferecendo.

Pior: não paramos para pensar no que estamos nos transformando. Por ser muito recente, o ser humano ainda se encontra deslumbrado com tudo o que a tecnologia pode fazer. Tem a parte positiva, claro. A tecnologia auxilia no desenvolvimento da ciência, da medicina, da agricultura, da indústria e na disseminação do conhecimento.

Entretanto, existe o outro lado da moeda. O uso abusivo do aparelho celular começa a se manifestar no corpo e revela alguns transtornos mentais. A ansiedade e o nervosismo podem transformar um dependente natural em dependente patológico.

O que é o vício de celular?

Você faz parte dos 68% que pegam o celular assim que abrem os olhos, de acordo com levantamento da revista Time? Ou dos mesmos 68% que acionam o aparelho ainda dormindo, segundo pesquisa da consultoria Deloitte? Se a sua resposta é sim, certamente está sucumbindo à tentação de estar conectado o tempo e pode estar desenvolvendo um vício de celular.

“Ao mesmo tempo que estamos ocupados, também nos sentimos ineficientes. Estamos conectados, mas somos solitários. A tecnologia que nos dá liberdade também funciona como uma prisão — quanto mais ficamos presos, nos perguntamos com mais frequência quem está realmente no controle. O resultado é uma tensão paralisante”, afirma a jornalista americana Catherine Price no livro “Celular: Como Dar um Tempo”.

A linha que separa o uso do abuso é tênue. Mesmo que se use muito o celular, isso não caracteriza o vício. Na dependência patológica, o uso excessivo está ligado a um transtorno de ansiedade, como pânico ou fobia social.

Inclusive, foi criado um nome para descrever o medo de ficar sem celular. É a nomofobia, que vem dos termos em inglês “no mobile fobia”. Os principais sintomas da síndrome são angústia e sensação de desconforto quando se está sem o telefone e mudanças comportamentais, como isolamento e falta de interesse em outras atividades. Isso pode indicar que a pessoa está com algum problema que precisa ser investigado.

O que dizem os estudos sobre o vício de celular

Várias pesquisas mostram que estar 100% do tempo online auxilia no surgimento de doenças como ansiedade, depressão, estresse, déficit de atenção e até transtorno obsessivo-­compulsivo. Estudos recentes apontam que as mudanças causadas no cérebro pelo abuso na utilização da web são similares aos efeitos de drogas químicas, como o álcool e a cocaína. A dependência pela tecnologia é comportamental, as outras são químicas, mas ela causa o mesmo desgaste na ponta do neurônio que as drogas.

Um levantamento feito pela Motorola em parceria com Nancy Etcoff, psicóloga especializada em comportamento cognitivo da Universidade Harvard, descobriu que 41,5% dos brasileiros estão viciados em seus telefones. A fabricante de celulares ouviu 20 mil brasileiros. No entanto, muitos não percebem que, sem um uso equilibrado, poderão sofrer graves consequências.

Um estudo conduzido por professores da Universidade de Seul diz que quem se tornou dependente de smartphone tem níveis menores do ciclo de glutamato-glutamina. Esse ciclo é composto de uma série de eventos mentais responsável por energizar os neurônios. Além disso, os dependentes possuem níveis mais altos de Gaba, neurotransmissor que inibe os neurônios. Resultado: nervosismo, insônia e falta de foco.

Já uma pesquisa da consultoria Deloitte sobre o uso de celular no dia a dia do brasileiro mostra, por exemplo, que 2 em cada 3 pais dizem acreditar que seus filhos usam demasiadamente o smartphone. Mais da metade dos que estão em um relacionamento veem excessos por parte dos parceiros e 33% admitem ficar online de madrugada para ver mídias sociais.

Como saber se você tem vício de celular

Os principais sintomas do vício de celular, de internet e de outras tecnologias são:

  • Preocupação constante com o que acontece na internet quando está off-line
  • Necessidade contínua de utilizar a web como forma de obter excitação
  • Irritabilidade quando tenta reduzir o tempo de uso
  • Utilização da internet como forma de fugir de problemas ou aliviar sentimentos de impotência, culpa, ansiedade ou depressão
  • Mentir para familiares para encobrir a extensão do envolvimento com as atividades on-line
  • Diminuição ou piora do contato social com amigos e familiares
  • Falta de interesse em atividades fora da rede
  • Comprometimento das atividades profissionais e acadêmicas, como perda do emprego ou não ser aprovado na escola
  • Lesões nas articulações dos dedos causadas pela intensa digitação

Para caracterizar o vício, esses sintomas devem durar por um período maior que seis meses.

Testes e tratamentos para o vício de celular

Você pode fazer alguns testes online, como os do Instituto Delete e do Hospital das Clínicas de São Paulo, para avaliar seu nível de vício de celular. A relação com a tecnologia pode ser classificada em uso consciente, quando o virtual não atrapalha a vida real; uso abusivo, quando atividades online são priorizadas em detrimento das offline; e uso abusivo dependente, quando o virtual atrapalha o real e há perda de controle.

Desde 2009, o Instituto Delete pesquisa o impacto das tecnologias no comportamento humano. Sua missão é orientar a população sobre o uso consciente das tecnologias e oferecer suporte nos casos de uso abusivo. Trata-se do primeiro núcleo no Brasil especializado em Detox Digital e institucionalizado na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O Instituto tem com profissionais da área da saúde, comunicação e educação (médicos, psicólogos, pedagogos e pesquisadores) para pesquisar sobre como as tecnologias estão interferindo no comportamento humano e oferecer suporte e tratamento aos usuários abusivos de tecnologia.

Como evitar o vício de celular

Quanto mais interativo for o seu aparelho celular, maior o seu potencial de dependência. Para não sofrer do vício de celular, os especialistas recomendam moderação, mesmo que o smartphone ou a internet sejam essenciais para determinadas atividades. O conselho é que as pessoas fiquem ao menos uma hora por dia longe do celular e desabilitem as notificações automáticas de e-mail e redes sociais. Também é essencial manter atividades ao ar livre, com encontros presenciais com outras pessoas.

Mas, e as vantagens de usar o celular?

Os telefones celulares oferecem benefícios que vão além da comunicação básica. Algumas pessoas frequentemente organizam seus afazeres diários profissionais e pessoais com auxílio desse aparelho. Celulares tornam mais fácil entrar em contato com a família, amigos, clientes, fornecedores, chefe e colegas de trabalho, seja por chamadas de voz ou vídeo.

Smartphones permitem ao usuário estar conectado a todo tempo. Além de atualizar as redes de relacionamento, pode-se verificar horários de filmes e reservas de entradas, fazer reservas para jantares, enviar e-mails e consultar caminhos. As pessoas também utilizam telefones celulares em situações de emergência para ligar para a polícia, chamar um reboque ou avisar a família onde estão. Esses dispositivos oferecem uma verdadeira rede de segurança.

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Gabriele Assif Kassel
Gabriele Assif Kassel
Gabriele Kassel é uma escritora freelancer de tecnologia e estilo de vida que mora em São Paulo. Com formação em ciência da computação, se especializou em escrever sobre tecnologia para grandes empresas, além de ter colaborado com publicações como Wired, Fast Company e Forbes.
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